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Pontos de Vista

Porque tudo na vida tem um ponto de vista

Pontos de Vista

Porque tudo na vida tem um ponto de vista

13
Set16

Preciso de Ti para Ser Eu - José Luís Nunes Martins

olhar para o mundo

 

 

Preciso de Ti para Ser Eu

 

Ser quem sou passa por ser capaz de criar ligações ao outro, com o outro e para o outro. Só há pessoas porque há relações. A minha existência é constituída pelos caminhos que sonho, construo e percorro, ao lado de outras pessoas que, como eu, sonham, constroem e percorrem os seus caminhos. Vontades distintas, dinâmica comum. Seguimos, cada um pelos seus princípios, cada um para os seus fins.


O amor leva o ser do seu autor ao ser do que é amado. Amar é ser e ser é amar. Partilhar-se com o outro e com o mundo, num milagre de multiplicação em que quanto mais se dá, mais se tem para dar, mais se é.

Um pequeno erro na base leva a potenciais tragédias nas conclusões. Há quem parta do princípio que o amor é recíproco. Ora, essa ideia simples acaba por ser origem de enormes tragédias pessoais. O amor não é recíproco, é pessoal, nasce no mais íntimo da nossa identidade. Não é metade de nada, é um todo. Precisa do outro como fim, não como princípio.

O amor é bondade generosa. É dar o bem. Dar-se. Conseguir ser fonte de amor é o maior dos bens que se pode alcançar. Sonhar, criar e lutar pela felicidade do outro é, por si mesmo, a maior de todas as recompensas. Claro, muitos desistem assim que o primeiro espinho se crava na planta dos pés...

O valor de alguém não depende do que lhe dão ou tem, mas do que é. O outro pode inspirar-me, mas a minha felicidade passa pelo que sou capaz de lhe dar… e não pelo que posso ou quero receber.

Criamos relações, construímos pontes, para não sermos ilhas. A nossa verdadeira comunhão é mais profunda. As águas separam o mais evidente do que somos, mas o fundo é o mesmo, como se fossemos montes de uma mesma cordilheira e o mar tivesse inundado os vales.

O caminho de descoberta passa por se ser capaz de chegar ao íntimo… de si mesmo, do outro e do mundo. Por se dar conta de que, afinal, no fundo do ser, a nossa matriz é comum. Os outros são eus e eu sou o seu outro.

Não é bom estar só. A solidão anula o ser. O amor une o que é, na essência, da mesma natureza. Resulta da liberdade e responsabilidade absolutas. Implica a capacidade de criar uma vida sem intervalos.

Nenhum mal perdura no tempo, porque a destruição se destrói a si mesma. Só o bem é eterno. Porque se cria e renova a cada momento.

O que sou depende dos princípios que me movem e dos fins para os quais a minha vontade tende. Serei o que escolher ser dentro de um conjunto de determinações que me ultrapassam, mas que em ponto algum limitam a minha liberdade e a minha responsabilidade.

Vivemos uns com os outros, seguimos juntos no espaço e no tempo... escolhemos depois estar mais perto ou mais longe dos íntimos uns dos outros.

Ninguém nasce de si mesmo e o ser humano, sendo o mais perfeito ser terrestre, é também o mais carente. Precisamos muito uns dos outros.

Não é possível ser feliz sem os outros, menos ainda contra os outros.

A cada instante, tudo muda, mesmo quando toda a gente quer que continue na mesma. As decisões devem renovar-se a cada passo, o amor deve encontrar forma de se fazer real a cada dia, sob pena de passar, e nós, passando com ele… nos fazermos apenas passado.

Longe de fechar, o amor abre aquele que ama ao outro, tornando-o protagonista da criação. Cada um de nós está projetado para fora de si, para os outros, para este mundo e para o céu. A nossa dignidade é tanto maior quanto mais aberto estiver o nosso coração... para dar.

Preciso do infinito para ser eu.


José Luís Nunes Martins, in 'Amor, Silêncios e Tempestades'

Retirado de Citador

13
Jul15

José Luís Nunes Martins - Preciso de Ti para Ser Eu

olhar para o mundo

 

Preciso de Ti para Ser Eu

Ser quem sou passa por ser capaz de criar ligações ao outro, com o outro e para o outro. Só há pessoas porque há relações. A minha existência é constituída pelos caminhos que sonho, construo e percorro, ao lado de outras pessoas que, como eu, sonham, constroem e percorrem os seus caminhos. Vontades distintas, dinâmica comum. Seguimos, cada um pelos seus princípios, cada um para os seus fins.

O amor leva o ser do seu autor ao ser do que é amado. Amar é ser e ser é amar. Partilhar-se com o outro e com o mundo, num milagre de multiplicação em que quanto mais se dá, mais se tem para dar, mais se é.

Um pequeno erro na base leva a potenciais tragédias nas conclusões. Há quem parta do princípio que o amor é recíproco. Ora, essa ideia simples acaba por ser origem de enormes tragédias pessoais. O amor não é recíproco, é pessoal, nasce no mais íntimo da nossa identidade. Não é metade de nada, é um todo. Precisa do outro como fim, não como princípio.
 

O amor é bondade generosa. É dar o bem. Dar-se. Conseguir ser fonte de amor é o maior dos bens que se pode alcançar. Sonhar, criar e lutar pela felicidade do outro é, por si mesmo, a maior de todas as recompensas. Claro, muitos desistem assim que o primeiro espinho se crava na planta dos pés...

O valor de alguém não depende do que lhe dão ou tem, mas do que é. O outro pode inspirar-me, mas a minha felicidade passa pelo que sou capaz de lhe dar… e não pelo que posso ou quero receber.

Criamos relações, construímos pontes, para não sermos ilhas. A nossa verdadeira comunhão é mais profunda. As águas separam o mais evidente do que somos, mas o fundo é o mesmo, como se fossemos montes de uma mesma cordilheira e o mar tivesse inundado os vales.

O caminho de descoberta passa por se ser capaz de chegar ao íntimo… de si mesmo, do outro e do mundo. Por se dar conta de que, afinal, no fundo do ser, a nossa matriz é comum. Os outros são eus e eu sou o seu outro.

Não é bom estar só. A solidão anula o ser. O amor une o que é, na essência, da mesma natureza. Resulta da liberdade e responsabilidade absolutas. Implica a capacidade de criar uma vida sem intervalos.

Nenhum mal perdura no tempo, porque a destruição se destrói a si mesma. Só o bem é eterno. Porque se cria e renova a cada momento.

O que sou depende dos princípios que me movem e dos fins para os quais a minha vontade tende. Serei o que escolher ser dentro de um conjunto de determinações que me ultrapassam, mas que em ponto algum limitam a minha liberdade e a minha responsabilidade.

Vivemos uns com os outros, seguimos juntos no espaço e no tempo... escolhemos depois estar mais perto ou mais longe dos íntimos uns dos outros.

Ninguém nasce de si mesmo e o ser humano, sendo o mais perfeito ser terrestre, é também o mais carente. Precisamos muito uns dos outros.

Não é possível ser feliz sem os outros, menos ainda contra os outros.

A cada instante, tudo muda, mesmo quando toda a gente quer que continue na mesma. As decisões devem renovar-se a cada passo, o amor deve encontrar forma de se fazer real a cada dia, sob pena de passar, e nós, passando com ele… nos fazermos apenas passado.

Longe de fechar, o amor abre aquele que ama ao outro, tornando-o protagonista da criação. Cada um de nós está projetado para fora de si, para os outros, para este mundo e para o céu. A nossa dignidade é tanto maior quanto mais aberto estiver o nosso coração... para dar.

Preciso do infinito para ser eu.


José Luís Nunes Martins, in 'Amor, Silêncios e Tempestades'
 
retirado de Citador

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