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Pontos de Vista

Porque tudo na vida tem um ponto de vista

Pontos de Vista

Porque tudo na vida tem um ponto de vista

07
Nov17

Estefânia Barroso - “Fofinha é a tua almofada!”

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“Fofinha é a tua almofada!”

Termos como "fofinha", "queridinha", "queriduxa", "fofuxa", "bebé" e outros que tais são completamente proibidos. Eu tenho um nome. Que tal gravares o meu nome na tua mente e passares a chamar-me assim?

 

Assumo que não sou a típica mulher romântica, que lê poemas de amor sempre que pode, que fantasiou ou que fantasia com o casamento fabulosamente feliz, que sonha com o homem que estará sempre ao meu lado para executar as tarefas mais complicadas e que se derrete perante um ramo de flores. Acredito que haja muitas mulheres que sigam esse padrão. Mas eu não. E acredito que existam outras tantas que, tal como eu, o abominam.

 

 

A verdade é que existem algumas ideias pré-concebidas sobre as mulheres com as quais eu não me identifico e que me irritam. E assumo que quando digo que não gosto de algumas coisas sou observada com um olhar desconfiado de quem pensa: "Esta mulher é uma pedra sem qualquer tipo de sensibilidade!"

 

A primeira e a mais importante: não gosto de receber flores. Está dito. Abomino receber um ramo de flores. E quanto maior e mais faustoso ele for, pior. Não consigo gostar de flores. Rosas, então… Acho que é mesmo a prendinha última. Aquela prenda que nos diz "Não faço a mínima ideia do que te oferecer, mas ouvi dizer que todas as mulheres adoram flores, sobretudo rosas". Pois, eu digo: não aprecio. Gosto de girassóis. Um só, em jeito de surpresa, é tolerável. Mais do que isso não. Não consigo olhar para um ramo de flores sem pensar: "Este ajuntamento de coisas bonitas e de cores vivas deve ter custado uma fortuna e daqui a três dias estará no lixo porque estará já seco". Há coisas bem melhores, mais úteis e menos efémeras que podem ser oferecidas. Sim?

 

Outra coisa que não suporto e que muita gente acha que as mulheres adoram: aqueles termos supostamente carinhosos que te fazem pensar "Ele acha mesmo que tu gostas de ser tratada assim ou sabe que desta forma não há forma de errar o teu nome?" Termos como “fofinha”, “queridinha”, “queriduxa”, “fofuxa”, “bebé” e outros que tais são completamente proibidos. Eu tenho um nome. Que tal gravares o meu nome na tua mente e passares a chamar-me assim? Aceito diminutivos, ou petit noms, a quem me conhece há muito, a quem é meu amigo, às pessoas de quem gosto muito. Não sou contra um termo ou outro carinhoso, mas não esses do “querida” e da “fofa”, até porque isso não me caracteriza em nada. Não sou querida nem sou fofa. Fofos são a almofada e o colchão das pessoas!

 

Outro pormenor. Gosto de ler. Sempre gostei. E sou mulher… claro. Isso não quer dizer, como acham todos os vendedores das livrarias deste país, que suspire e que goste das histórias de Nicholas Sparks. Conto na minha biblioteca pessoal um sem número de livros desse senhor que me foram oferecidos. Mulher leitora tem de gostar das histórias de amor e de drama do senhor Sparks. Pois eu acho que são do mais enjoativo, que não aportam nada de novo. Portanto, mais um aviso à navegação: nem todas as mulheres gostam do senhor Sparks, da Susanna Tamaro, Paulo Coelho e outros que tais. Continuando no capítulo da leitura, assumo que não sou fã daquelas frases profundamente românticas que pululam no Facebook. Enjoam-me. Não acho lindo, não acho romântico, acho brejeiro. Prefiro uma boa piada no momento certo. É bem mais romântico.

 

Há que chamar a atenção também para aquela mania que algumas pessoas têm em abusar, como costumo dizer, dos "inhos". O uso de diminutivos não torna a conversa mais romântica. Frases como "amorzinho (o horror!), queres um cafezinho e um beijinho porque estás com um ar tristinho" são extremamente irritantes, pelo menos para mim. E já que estamos nesse tema, aconselho a ter algum cuidado com a expressão "beijinho grande". Não tenho nada contra a expressão “beijinho”. Até é simpática. Mas se é “beijinho” não pode ser grande, certo?

 

Por fim, sou mulher e aprecio vinho. Há uma certa mania para achar que a mulher aprecia apenas vinho branco ou rosé — verdade seja dita que, à medida que envelhecemos, se vai perdendo, aos poucos, esta ideia pré-concebida. Sim, gosto de vinho, mas prefiro vinho tinto. Outra ideia pré-concebida: a mulher só gosta de bebidas doces. Sim, gosto de licores, mas não sou fã de uma amêndoa amarga ou de um Baileys. Prefiro um gin bem servido a qualquer licor. Mentalizem-se: cada mulher é uma mulher, com gostos e preferências diferentes.

 

Terminando a conversa, que já vai longa: o que eu quis demonstrar, ao longo deste texto, é que não se pode considerar que, por sermos mulheres, somos todas iguais, apreciando as mesmas coisas. Somos seres únicos com gostos e vontades únicas. Não gostamos todas do mesmo. Nada tenho contra quem gosta de flores, quem gosta de petit noms simpáticos, contra quem ama ser tratada por “fofinha” ou contra quem lê Nicholas Sparks e acompanha a leitura com um licor. Aceito que todos somos seres diferentes. E, por isso, apenas peço que tenham em conta as diferenças que nos individualizam, que não nos tratem todas pela mesma medida, até porque se torna pouco simpático e pouco dignificante.

 

Estefânia Barroso

retirado de P3 

27
Out17

Chico Xavier - Que eu continue ...

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Que eu continue a acreditar no outro mesmo sabendo de alguns valores tão esquisitos que permeiam o mundo; 

Que eu continue otimista, mesmo sabendo que o futuro que nos espera nem sempre é tão alegre; 

Que eu continue com a vontade de viver, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, uma lição difícil de ser aprendida; 

Que eu permaneça com a vontade de ter grandes amigos(as), mesmo sabendo que com as voltas do mundo, eles(as) vão indo embora de nossas vidas; 

Que eu realimente sempre a vontade de ajudar as pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, sentir, entender ou utilizar esta ajuda;Que eu mantenha meu equilíbrio, mesmo sabendo que os desafios são inúmeros ao longo do caminho; 

Que eu exteriorize a vontade de amar, entendendo que amar não é sentimento de posse, é sentimento de doação;

Que eu sustente a luz e o brilho no olhar, mesmo sabendo que muitas coisas que vejo no mundo, escurecem meus olhos; 

Que eu retroalimente minha garra, mesmo sabendo que a derrota e a perda são ingredientes tão fortes quanto o sucesso e a alegria;

Que eu atenda sempre mais à minha intuição, que sinaliza o que de mais autêntico possuo; 

Que eu pratique sempre mais o sentimento de justiça, mesmo em meio à turbulência dos interesses; 

Que eu não perca o meu forte abraço, e o distribua sempre; 

Que eu perpetue a beleza e o brilho de ver, mesmo sabendo que as lágrimas também brotam dos meus olhos; 

Que eu manifeste o amor por minha família, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exige muito para manter sua harmonia; 

Que eu acalente a vontade de ser grande, mesmo sabendo que minha parcela de contribuição no mundo é pequena; 

E, acima de tudo...

Que eu lembre sempre que todos nós fazemos parte desta maravilhosa teia chamada vida, criada por alguém bem superior a todos nós!E que as grandes mudanças não ocorrem por grandes feitos de alguns e, sim, nas pequenas parcelas cotidianas de todos nós! 

Chico Xavier

 

Retirado de aqui

10
Jul17

Al Berto - É Preciso Repensar a Nossa Vida

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É Preciso Repensar a Nossa Vida

É preciso repensar a nossa vida. Repensar a cafeteira do café, de que nos servimos de manhã, e repensar uma grande parte do nosso lugar no universo. Talvez isso tenha a ver com a posição do escritor, que é uma posição universal, no lugar de Deus, acima da condição humana, a nomear as coisas para que elas existam. Para que elas possam existir… Isto tem a ver com o poeta, sobretudo, que é um demiurgo. Ou tem esse lado. Numa forma simples, essa maneira de redimensionar o mundo passa por um aspecto muito profundo, que não tem nada a ver com aquilo que existe à flor da pele. Tem a ver com uma experiência radical do mundo. 
Por exemplo, com aquela que eu faço de vez em quando, que é passar três dias como se fosse cego. Por mais atento que se seja, há sempre coisas que nos escapam e que só podemos conhecer de outra maneira, através dos outros sentidos, que estão menos treinados… Reconhecer a casa através de outros sentidos, como o tacto, por exemplo. Isso é outra dimensão, dá outra profundidade. E a casa é sempre o centro e o sentido do mundo. A partir daí, da casa, percebe-se tudo. Tudo. O mundo todo. 

Al Berto, in "Entrevista à revista Ler (1989)" 
 
Retirado de citador
07
Jul17

Glória Hurtado - Encerrando Ciclos

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Encerrando Ciclos

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. 

Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? 
Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? 
A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? 

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. 

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. 

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. 

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

(Nota: o texto Encerrando Ciclos não é de Fernando Pessoa ou de Paulo Coelho)

Gloria Hurtado

 

Retirado de Pensador

20
Jun17

Miguel Esteves Cardoso - Com este calor?

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Com este calor?

Hoje vais à praia? Com este calor? Vais ficar em casa? Com este calor? Então o que é que vais fazer? Estás mesmo a perguntar-me isso? Com este calor?

"Vem almoçar comigo" é o convite. "Gostas de bacalhau?" é a pergunta. E a resposta é sempre a mesma: com este calor? Com este calor? És maluco ou quê?

O calor é a melhor das desculpas. Já acabaste o relatório? Com este calor? Posso contar contigo amanhã? Dás-me boleia até Fontanelas? Com este calor?

O que é que achaste do conselho que nos deu o nosso presidente, a pedir que não nos deslumbrássemos com o rating que a Fitch deu a Portugal? O rating que continua a dizer que somos lixo? Sim, esse mesmo! Estás a falar a sério? Com este calor?

Hoje vais à praia? Com este calor? Vais ficar em casa? Com este calor? Então o que é que vais fazer? Estás mesmo a perguntar-me isso? Com este calor?

Está um dia lindo, não está? Com este calor? Deixe-me já aqui, se não se importa. Com este calor? Fique sabendo que eu sou de esquerda. Com este calor? Estou a falar a sério! Com este calor? Não puxe por mim. Com este calor? Está a brincar comigo? Mas alguém brinca com alguém, com este calor?

Ai, que me dá uma coisa. Ah, sim? Com este calor? Faça favor de se ir embora! Com este calor?

 

Miguel Esteves Cardoso

Retirado do Público

05
Jun17

Sabedoria de Vida é Usufruir o Presente - Arthur Schopenhauer

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Sabedoria de Vida é Usufruir o Presente

Não permitir a manifestação de grande júbilo ou grande lamento em relação a qualquer acontecimento, uma vez que a mutabilidade de todas as coisas pode transformá-lo completamente de um instante para o outro; em vez disso, usufruir sempre o presente da maneira mais serena possível: isso é sabedoria de vida. Em geral, porém, fazemos o contrário: planos e preocupações com o futuro ou também a saudade do passado ocupam-nos de modo tão contínuo e duradouro, que o presente quase sempre perde a sua importância e é negligenciado; no entanto, somento o presente é seguro, enquanto o futuro e mesmo o passado quase sempre são diferentes daquilo que pensamos. Sendo assim, iludimo-nos uma vida inteira.
Ora, para o eudemonismo, tudo isso é bastante positivo, mas uma filosofia mais séria faz com que justamente a busca do passado seja sempre inútil, e a preocupação com o futuro o seja com frequência, de modo que somente o presente constitui o cenário da nossa felicidade, mesmo se a qualquer momento se vier a transformar-se em passado e, então, tornar-se tão indiferente como se nunca tivesse existido. Onde fica, portanto, o espaço para a nossa felicidade?

Arthur Schopenhauer, in "A Arte de Ser Feliz"
Retirado de Citador
26
Mai17

Vergílio Ferreira - O Impossível baseia-se no Possível

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O Impossível baseia-se no Possível

O mistério nem sempre cresce no desconhecido, porque o desconhecido é muitas vezes só isso: pode crescer no conhecido, quando é o seu terrível espanto. O impossível nem sempre nasce do que se não tem, porque o milagre do futuro se acredita: o impossível quase sempre nasce do que se tem, porque se tem e se espera ainda...

Vergílio Ferreira, in 'Estrela Polar'
05
Abr17

Anais Nin - Não Existem Pessoas Totalmente Ocas

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Não Existem Pessoas Totalmente Ocas

Nunca encontrei uma pessoa oca. Nunca encontrei uma vida sem significado quando se procura realmente o seu significado. É esse o perigo de dizer que não procuramos, porque foi assim que chegámos ao ponto em que sentimos que a vida não tinha qualquer significado. Bem vê, nós repudiámos tantas formas de terapia. Quer dizer, tantos de nós repudiam actualmente a filosofia, a religião ou qualquer outro padrão que nos mantinha coesos anteriormente. Repudiámos tudo. Até repudiámos a terapia da arte. Por isso não nos restou realmente mais que olhar para dentro, e os que o fazem descobrem que toda a vida tem significado porque a vida tem significado. Fomos seriamente prejudicados por pessoas que disseram que a vida era irracional e de qualquer modo não significava nada. Mas assim que começamos a olhar, descobrimos o padrão e descobrimos a pessoa. Nunca encontrei aquilo a que se poderia chamar uma pessoa totalmente oca.

Anais Nin, in "Fala Uma Mulher"
Retirado de Citador
 
03
Abr17

Temos de Ser o que Nos Apetecer - Gustavo Santos

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Temos de Ser o que Nos Apetecer

Se não mudares, os outros fazem de ti o que querem.

A velha máxima «Se estás mal, muda-te» faz mesmo todo o sentido.

Se não nos sentimos bem com determinado relacionamento, se não estamos felizes no nosso trabalho, se não conseguimos encarar certa pessoa ou se, simplesmente, não nos sentimos bem naquele jantar, naquele ginásio ou naquela viagem, só nos resta uma alternativa: mudar.

Acontece que, e apesar de parecer simples, essa decisão é extremamente delicada. E porquê? Porque uma vez mais colocamos o mundo inteiro à nossa frente. Em vez de nos respeitarmos e levarmos a cabo o nosso desejo de liberdade, saindo de onde estamos para onde queremos estar, não, deixamo-nos ficar mesmo que o amor já não exista, mesmo que o patrão ou os colegas nos tratem mal, mesmo que continuemos a ser julgados ou cobrados pela mãe, pelo pai, pelo tio ou pelo cão e por aí adiante. Não mudamos e o caldo entorna-se. Ou seja, é o pior dos dois mundos.
Não comemos a sopa, não nos nutrimos, e ainda nos queimamos por andarmos constantemente nas mãos de uns e outros.

As pessoas relacionam-se mais por medo de se perderem umas às outras ou por necessidade de dominarem alguém do que por se amarem genuinamente, e como a mudança exige sempre uma grande dose de amor-próprio, claro está, é-lhes muito difícil encetarem esse caminho perante tudo e a desfavor de todos. Aceito essa dificuldade, também já passei por esse sentimento inúmeras vezes, mas o que posso garantir é que a grande complicação e aquilo que de mais penoso pode existir na nossa vida é a certeza de que somos manipulados e não conseguirmos deixar de sê-lo, exatamente pelo medo de perder quem nos manipula.
Estou, naturalmente, a falar de uma profunda ausência de nós em nós mesmos e, por conseguinte, da extrema necessidade de depender de alguém.

Agora, isto tem de acabar. Esta pouca vergonha tem de ter um fim.

A mudança é inerente à vida e cada um de nós tem a legitimidade de fazer dela o que bem entender, de mudar tudo o que lhe apetecer e quando lhe der vontade. E quem não aceitar que faça o favor de crescer e quem não perdoar que se vá curar.

Já chega de viver como ratos de laboratório às voltas numa roda pequena e estreita. Temos de ser homens e mulheres livres. Temos de ser o que nos apetecer.

Gustavo Santos, in 'Ama-te'
 
Retirado de Citador
30
Mar17

Sylvia Martins - O amor que queremos…

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O amor que queremos…

Chega um momento da vida que a gente só quer paz, boa companhia e tranquilidade, a gente cansa de amores complicados de paixões desenfreadas, nós só queremos alguém que nos faça sentir conforto, nada de explosão ou loucura.

Queremos alguém que nos faça nos sentir em paz, que abrace forte e diga estou aqui. Queremos aquela pessoa que você sabe que pode contar, que em qualquer lugar do mundo te faça sentir feliz independente da paisagem.

Queremos fazer planos, casar, ter uma casa, alguém para compartilhar o café da manhã, alguém com quem cheguemos em casa depois de um dia exaustivo e que esteja de ouvidos abertos para ouvir e acolher.

Nada de loucura, tudo muito calmo, tranquilo, paciente. Queremos ter alguém que possamos passar um fim de semana assistindo netflix ou quem sabe indo ao cinema. Nesse mundo que prega total desapego, queremos nos apegar.

Queremos fazer um piquenique no parque e ficar olhando as crianças correndo e imaginar como serão as nossas. Queremos rotina, quero planos, sonhos.

 

Queremos ser surpreendidos com aquele jantar, com aquele beijo, com aquela flor ou presente inusitado, todos nós queremos clichê. Queremos contar a todos, como o outro nos faz bem e que parece não ter defeitos.

Mas no fundo queremos descobrir quais são e que a pessoa descubra quais são os nossos e assim possamos desenvolver um amor, sincero, sem máscaras.

Queremos alguém para envelhecer ao nosso lado e que possamos passar horas contando aos netos como nos conhecemos. Queremos ter orgulho de dizer que estamos a tanto tempo juntos.

Queremos aquelas briguinhas sem motivo, só para terminar em uma boa conversa e numa boa reconciliação.

Queremos ter alguém que faça falta independentemente de onde estejamos. Queremos aquela companhia que transborde. Porque completos já somos.

Queremos alguém para somar, alguém para dividir a cama, a rotina, os planos, as loucuras. Enfim tudo o que todo mundo realmente quer em uma fase da vida.

 

Sylvia Martins

 

SYLVIA MARTINS - VISITE O MEU SITE

Sobre a autora: Sonhadora, dramática, romântica em excesso. Porque acha que pouco é desperdício. Adora livros, gatos e poesia. Encanta com o sorriso por onde passa. Espalha amor no mundo e contamina a todos. Ser feliz é pouco, ela transborda alegria. Dedicada, sincera (muitas vezes até demais), ama conhecer pessoas e estar na companhia de quem lhe faz bem.

 

Retirado de O Segredo

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