Si bô krem 'm kreb Si bô ka krem mesmo assim 'M kreb si mé Bô é kê nha estrela guia Cretcheu d'nha pensar Bô é kê nha razão d'vivê Já 'm krebo na nha pensamento Di coraçon di corpo intêr Ku tudo força di nha ser Bem ser di meu ô d'ôt alguem Ka importa'm sê pa bô bem Li na nha peito ô notro leito Criola bô é kê nha luz Zelá pa bô felicidade É tudo nha razão d'vivê Nem si bô ka kre'm Si bô ka kre'm mesmo assim 'M kreb feliz Alimenta'm k'bô alegria Sorriso di bô rosto É k'ta da'm força Pa'm vivê
O amor é bem capaz de ser a melhor maneira de nos encontrarmos connosco. Preciso de ti para saber de mim. Sei-o sempre que por minutos parece que vou perder-te, numa discussão das que vamos tendo. Discutir é abrir a válvula do amor, deixá-lo respirar, sangrá-lo para poder regressar à estrada. Nenhum amor aguenta sem sangrar. Preciso de ti para pensar em mim. Sei-o porque quando parece que vais eu vou também, deixo de saber quem sou, como sou. Para onde vou. Preciso de ti para precisar de mim. E os que não me entendem que vão para o raio que os parta. Os que dizem que isto não é nada recomendável, que isto não devia ser assim, que eu devia ser capaz de ser o que sou sem precisar de ti. Infelizes. Preciso de ti para cuidar de mim. O amor é bem capaz de ser precisar do outro para cuidarmos de nós. E eu cuido-me. Quero estar viva para te poder amar. Conheces melhor motivo do que esse? É claro que amo os meus pais, a minha família toda, os meus gatos, aquilo que a vida me tem dado. Mas se quero estar viva é antes de mais nada porque é a vida que te traz até mim. Mudei a vida toda para te dedicar a minha vida. E sou feliz. E não deixo de ser a mesma mulher que sempre fui. Não deixo de ser a mulher com cabeça, com ideias. Não deixo de ser a mulher singular que se apaixonou por ti e que te apaixonou também. Sou mais eu sempre que sou tua. E sou sempre tua. Amo o que me fizeste ser. O que me fazes ser. Amo a mulher em que contigo me tornei. Amo saber que tenho em mim o que te faz querer-me em ti. Somos os dois prisioneiros mais livres de todo o universo. Somos os dois escravos mais felizes da História da Humanidade. Escraviza-me completamente e faz-te escravo de mim, ordeno-te. Não seguimos os manuais. Os manuais que ensinam o amor em part-time, o amor saudavelzinho. O amor em doses. O amor dividido em rações. O amor como uma empresa. Que tristeza. Consumimo-nos sem moderação porque se é moderado já não é amor. Somos ridículos na maneira como nos amamos mas só quem nunca amou é ridículo. O amor é bem capaz de ser a melhor maneira de ser ridículo.
Pedro Chagas Freitas, in 'Queres Casar Comigo Todos os Dias, Bárbara?'
Olhos que olham são comuns, olhos que veem são raros
J. Oswald Sanders
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