Raios partam os dias zangados. Nada há que se possa fazer para fugir deles. Esperam por nós, como credores ajudados por juros injustificáveis, para nos cortarem a fatia do nosso coração que lhes cabe.
Não são como os dias tristes, que não conseguem habituar-se a uma realidade qualquer, que se revelou, sem querer, desiludindo-nos de uma ilusão que nós próprios inventámos, para mais facilmente podermos acreditar, falsamente, nela. Mas assemelham-se para mais bem nos poderem magoar. Depois. Quase ao mesmo tempo. Bem.
Quem não tem um dia zangado, em que ninguém ou nada corresponde ao que esperávamos? A felicidade é a excepção e o engano. Resulta mais de um esquecimento do que de uma lembrança.
Pouco há de certo neste mundo. São muitos os pobres, mas não são poucos os ricos. As pessoas do sexo masculino não se entendem nem com as pessoas do sexo masculino, nem com as do sexo feminino. As pessoas, sejam de que sexo e sexualidade forem, compreendem-se mal. Dão-se mal, por muito bem que se dêem. As mais apaixonadas umas pelas outras são as que menos bem aceitam as diferenças, as incompreensões, os dias zangados e as noites zangadas que apenas servem para nos relembrar que todos nós nascemos e morremos sozinhos. E que viver é um enorme entretanto, de que devemos tirar partido, sobretudo quando há a sorte de amar e ser amado ou amada.
Os dias zangados são dias de amor. Ninguém se zanga por desamor. O amor sobrevive e continua, como vingança.
Miguel Esteves Cardoso, in 'Jornal Público (23 Dez 2011)'
Que se lixem as frases pomposas Que se iludam os poetas Que a simetria do verso certinho caia na desgraça Tenho-te na ponta dos meus dedos – suspenso E isto é tudo quanto consigo dizer
Her eyes and words are so icy Oh but she burns Like rum on the fire Hot and fast and angry As she can be I walk my days on a wire
It looks ugly, but it's clean Oh mamma, don't fuss over me
The way she tells me I'm hers and she is mine Open hand or closed fist would be fine The blood is rare and sweet as cherry wine
Calls of guilty thrown at me All while she stains The sheets of some other Thrown at me so powerfully Just like she throws with the arm of her brother
But I want it, it's a crime That she's not around most of the time
Way she shows me I'm hers and she is mine Open hand or closed fist would be fine The blood is rare and sweet as cherry wine
Her fight and fury is fiery Oh but she loves Like sleep to the freezing Sweet and right and merciful I'm all but washed In the tide of her breathing
And it's worth it, it's divine I have this some of the time
Way she shows me I'm hers and she is mine Open hand or closed fist would be fine The blood is rare and sweet as cherry wine
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