A vida é, intrinsecamente, uma tremenda aceitação inconsciente. Aceitou totalmente os seus olhos? Aceitou totalmente o seu corpo? Aceitou totalmente a vida que leva? Esta ideia de aceitação total que nos é imposta torna-nos infelizes, porque está continuamente a fazer comparações. Há sempre alguém que tem uns olhos mais bonitos, um corpo mais forte e que possui mais conhecimentos. E a pessoa sente-se sempre inferior e esta inferioridade vai-nos corroendo o coração. Tornamo-nos cada vez mais infelizes, mas o motivo foi criado desnecessariamente por nós. Não há necessidade de nos compararmos com os outros, porque não existe ninguém com quem nos possamos comparar.
Cada indivíduo é único. E seja o que for, é dessa maneira que a existência quer que esse indivíduo seja. Desfrute disso.
Substitua a palavra «aceitação», porque não é uma palavra muito feliz. Aceitação é uma coisa que tem de se fazer, não há alternativa. Há pessoas mais bonitas, há pessoas mais ricas, há pessoas mais fortes. E o que é que podemos fazer? Aceitar.
Eu não ensino a aceitação desta maneira. A minha ideia de aceitação é completamente diferente da de todas as religiões.
Eu proclamo a sua unicidade.
Cada um de nós é apenas aquela pessoa particular e não existe ninguém - nem no presente, nem no passado, nem no futuro - que seja exactamente igual a nós.
A existência confere-lhe uma individualidade única, alegre-se com isso. E dessa alegria virá a aceitação; com isso não tem de se preocupar. Eu nunca senti que devia ser alguém na vida.
Terá a vida algum significado, algum sentido ou valor? A pergunta é: a vida, viver, terá algum propósito? Será que viver nos fará chegar, um dia, a algum lado? Viver é um meio. A meta, o objetivo, esse lugar muito distante situado algures, é o fim. E é esse fim que lhe confere sentido. Se não houver um fim, a vida não terá, certamente, sentido, e será preciso criar um Deus para lhe dar sentido.
Primeiro, foi preciso separar os fins dos meios. Isto divide a nossa mente. A nossa mente está sempre a perguntar porquê? Para quê? E tudo o que não consegue dar uma resposta à pergunta «Para quê?» vai perdendo lentamente valor para nós. Foi assim que o amor se tornou algo sem valor. Que sentido faz o amor? Onde poderá levar-nos? Que alcançaremos com ele? Chegaremos a alguma utopia, a algum paraíso? É evidente que, encarado dessa maneira, o amor não faz nenhum sentido. É vão.
Que sentido tem a beleza? Contemplamos um pôr do sol e ficamos deslumbrados com a sua grande beleza, mas qualquer idiota pode perguntar-nos, «Que significa um pôr do sol?», e não teremos uma resposta para lhe dar. E se não significa nada, porque passamos o tempo a elogiar-lhe a beleza, desnecessariamente?
Uma flor bonita, um quadro bonito, uma peça musical bonita, um poema bonito, nenhum deles serve para nada. Não são argumentos que provem alguma coisa, nem são meios para atingir um fim.
E viver resume-se às coisas que são inúteis.
Permitam-me que repita: viver resume-se às coisas que são inúteis, que não têm qualquer significado, entendendo significado como algo desprovido de um objetivo, que não nos conduz a lado nenhum, no sentido em que não retiramos nada delas.
Dito de outro modo, viver é significativo em si mesmo. Os meios e os fins estão juntos, e não separados.
"Primeiro seja feliz, seja alegre , celebre e aí você vai encontrar alguma outra alma celebrando e haverá um encontro de duas almas dançando e uma grande dança surgirá."
Osho
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