Porque o que mais custa a suportar não é a derrota ou o triunfo, mas o tédio, o fastio, o cansaço, o desencorajamento. Vencer ou ser vencido não é um limite. O limite é estar farto.
“É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfo e glória, mesmo expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito, que não gozam muito e nem sofrem muito, porque vivem na penumbra cinzenta que não conhece nem vitória nem derrota.”
1-0: começa a merda. 2-0: A merda continua. 3-0: a merda adensa-se. 4-0: acaba a merda.
Mas quem é que não estava à espera desta merda? É normal Portugal perder com a Alemanha. É sempre a mesma merda. Qual é a novidade?
É por isso que vamos desanimar? Por ter acontecido o que já se esperava? Claro que não. O jogo com a Alemanha era uma merda que tínhamos sempre de despachar. Pronto, está despachada. Ainda bem. Estamos prontos. Não estamos feitos.
De resto, que bem se estreou a Península Ibérica neste Mundial. Reflectiu-se a longa experiência que Espanha e Portugal têm na América do Sul. Fomos amplamente recompensados por todos os jogadores que roubámos ao Brasil, à Argentina e a outros países sul-americanos.
Foram nove golos que levámos: a Espanha de um país mais pequeno e Portugal de um país bastante maior. Por outro lado, a Espanha marcou um golo e nós nem um marcámos. Em contrapartida, eles levaram 5 e nós só levámos 4. Mas ambos sofremos 4 golos de diferença. 8 no total. Nada mau, hein?
Estaremos feitos? Não.
Agora cabe-nos apoiar a selecção mais do que sempre. É o nosso apoio que será decisivo. É portuguesíssimo mas perigosíssimo pensar que está tudo perdido, que já não vale a pena. Nunca iríamos ganhar à Alemanha. Se tivéssemos ganho ficaríamos com um excesso mortífero de confiança. Assim levámos o banho de água fria de que precisávamos: quatro baldes foi a medida perfeita.
Quanto aos alemães, parabéns e obrigado pela lição.
Porque o que mais custa a suportar não é a derrota ou o triunfo, mas o tédio, o fastio, o cansaço, o desencorajamento. Vencer ou ser vencido não é um limite. O limite é estar farto.
Vergílio Ferreira
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