Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Pontos de Vista

Porque tudo na vida tem um ponto de vista

Pontos de Vista

Porque tudo na vida tem um ponto de vista

25
Ago16

Ricardo Araújo Pereira - Crianças ultracongeladas

olhar para o mundo

 

Empresas como o Facebook estão a oferecer-se para pagar a congelação de óvulos às funcionárias, para que elas possam dedicar-se à carreira, adiando a maternidade. O Facebook tem 1,32 mil milhões de utilizadores, e muitos deles querem fazer like em frases inspiradoras ilustradas por fotos do pôr-do-sol, projecto que não conseguirão levar a cabo se as funcionárias da empresa desatarem a ter uma vida normal. Assim, quando elas quiserem ter filhos, já depois de terem desenvolvido algoritmos suficientes - ou lá o que se faz no Facebook - terão o óvulo fresquinho à sua espera. No entanto, uma vez que, do ponto de vista das empresas, nenhuma altura é oportuna para ter filhos, talvez o melhor seja guardar os óvulos no congelador até à reforma. Aos 65 anos, a funcionária poderá, então, incubar o filho sem prejuízo para o seu empregador, e com óbvias vantagens para si: tem tempo para dedicar à criança, sabedoria acumulada para lhe transmitir, e talvez não viva o suficiente para a ver chegar à adolescência, que é uma idade tão parva.

 

Há outra hipótese. Gostaria de sugeri-la. As funcionárias engravidam quando lhes apetecer (peço a vossa tolerância para uma ideia tão lunática). Mas, para que a empresa não fique prejudicada pela sua ausência, entregam o óvulo fecundado a uma barriga de aluguer. Esta ideia não é original. O Facebook também se oferece para financiar barrigas de aluguer. Onde eu inovo é neste ponto: proponho que essa barriga seja a do próprio Mark Zuckerberg. Desse modo, a funcionária não abdica da carreira e ainda pode acompanhar o crescimento do seu bebé todos os dias. Basta-lhe bater à porta do gabinete do presidente da empresa. Em 2009, uma americana deu à luz oito gémeos. Creio que Zuckerberg também tem condições para fazer germinar oito crianças no seu bandulho, e assim produzir até 32 crianças a cada 3 anos. Assim, mostraria que a sua empresa está realmente empenhada em impedir que a maternidade prejudique a carreira das suas funcionárias. Seria também uma mudança refrescante no mundo do trabalho: há, por essas empresas, tantos patrões que engravidam as funcionárias, que acaba por ser apenas justo que, ao menos uma vez, haja funcionárias que engravidam o patrão.


Retirado da Visão

11
Dez15

Se, antes de ter filhos, eu soubesse - Annie Reneau

olhar para o mundo

fILHOS

 

Se, antes de ter filhos, eu soubesse…

Se eu soubesse as noites que ia passar em claro

Se eu soubesse a quantidade de fluidos corporais que ia limpar ao longo da infância dos meus filhos

Se eu soubesse o quanto o som da palavra “Mãe? Mãe? Mãe?” me ia pôr os nervos à flor da pele ao longo de uma década (mínimo)

Se eu soubesse que ia demorar mais na casa de banho, só para ter um tempinho para mim

Se eu soubesse que esses momentos roubados na casa de banho iam quase sempre ser interrompidos por algum dos meus filhos a bater ininterruptamente na porta

Se eu soubesse a quantidade de vezes que ia ter de repetir as mesmas ordens, os mesmos avisos e as mesmas chamadas de atenção

Se eu soubesse que a solução mágica para as queixinhas, choros, desobediências, faltas de respeito, e para a preguiça só ia ser eficaz apenas metade das vezes

Se eu soubesse que amar os meus filhos não significava gostar deles o tempo todo

Se eu soubesse que às vezes ia chorar no duche por ser o único sítio onde conseguia estar sozinha

Se eu soubesse que em determinada altura ia sentir-me, de tal maneira, “num oito” que só de pensar em entrar em ação com o meu marido, me causava arrepios

Se eu soubesse que nunca mais ia ser capaz de concentrar-me em nada de alma e coração, senão nos meus filhos

Se eu soubesse que a situação não fica mais fácil à medida que os filhos crescem, apenas se complica de formas diferentes

Se eu soubesse o quanto me ia preocupar a possibilidade de falhar enquanto mãe

Se eu soubesse que ser mãe ia ser, para sempre, um desafio permanente

Eu tinha tido os meus filhos na mesma. Porque se não os tivesse…

Não saberia o que é o milagre de ter uma vida a crescer dentro de mim

Não saberia que o cheirinho da cabeça de um recém-nascido faz-nos sentir no paraíso

Não saberia o que é a magia de ter um bebé a dormir nos meus braços, e nunca mais querer pô-lo no berço

Não saberia o que é a imensa felicidade de ver um filho a dar os primeiros passos, a comer sozinho, a andar de bicicleta, ou ler um livro inteiro pela primeira vez.

Não saberia que o riso dos meus filhos, pode alegrar o pior dos meus dias

Não saberia como um simples e inocente olhar de espanto, me derrete o coração

Não saberia o quão fantástico é assistir diariamente à evolução de uma criança que eu trouxe ao mundo

Não sentiria o orgulho de ver o meu filho a viver situações complicadas, e a desenvencilhar-se com base nos ensinamentos que lhe transmiti

Não viveria a alegria desenfreada que é ver os meus filhos a triunfar.

Não saberia o gratificante que é desafiar-me diariamente para ser uma mãe melhor.

Não saberia que ser mãe ia ajudar-me a entender algumas questões por esclarecer desde a minha infância.

Não saberia que ao transformar-me numa mãe ia encontrar uma versão mais profunda, mais forte, e mais verdadeira de mim própria.

Não saberia o que é o amor incondicional dos filhos.

Não sentiria a energia e a força desta poderosa forma de amar, que só uma mãe/pai conhece.

Não saberia que a dor e as armadilhas que nos aparecem no caminho são superadas pela beleza, alegria e pelas maravilha desta viagem.

Por tudo isto, se eu soubesse na verdade o que era a maternidade, eu teria feito tudo como fiz…!

 

Se calhar, teria aproveitado para dormir um pouco mais antes de ser mãe.

 

por Annie Reneau, Scary Mommy imagem Luna Belle

26
Jan15

É preciso libertar as mães

olhar para o mundo

maes.jpg

 

 

“É preciso libertar as mães das teorias. É preciso libertar as mães das tabelas com horas. Das aplicações de telemóvel que apitam a avisar que é hora do bebé comer. Ou de mudar a fralda. Ou de dormir. É preciso libertar as mães dos palpites e conselhos que as fragilizam. Dos “especialistas” e seus métodos “infalíveis”. De todos aqueles que paternalisticamente lhes dizem, ainda que mais ou menos subtilmente, que estão a fazer tudo mal.

 

É preciso libertar as mães da pressão de que têm que saber logo tudo. Ou que têm que acertar à primeira.

 

É preciso libertar as mães da ideia de que os seus bebés não sabem nada. De que precisam de ser orientados em tudo. De que os bebés não sabem o que é melhor para eles.

 

- Os bebés sabem sim o que é melhor para eles. E o melhor para eles em quase todas as situações é estar junto à mãe. Por isso o pedem.

 

– É preciso libertar as mães da ideia de que o bebé precisa de “aprender a dormir”. Ou a “autoconsolar-se”. Ou que é preciso incentivar o bebé a ser autónomo mal sai da barriga.

 

Sim, o bebé será autónomo um dia.


Provavelmente no dia em que deixará também de ser isso mesmo: um bebé.

(e esse tempo chega tantas vezes rápido demais)

 

Mas, para já, este é o tempo para estarem juntos. Os bebés humanos não são, por determinação biológica, autónomos. Eles precisam das mães.

 

- Há muitos motivos para ser assim. Entre eles conta-se a sobrevivência da espécie. Mas falaremos melhor sobre isso noutra ocasião.

 

Para já, é preciso dizer às mães que os bebés precisam delas porque é mesmo assim. Não porque a mãe esteja a fazer algo de errado. E é preciso libertar as mães do medo dos “vícios e das manhas” para que o colo que o bebé lhes pede não lhes pareça uma prisão.

 

É preciso libertar as mães de quem acha, mais ou menos dissimuladamente, que os bebés são pequenos seres manipuladores. É preciso libertar as mães da pressão “para não ceder”. É preciso libertar as mães da ideia de que um choro de fome é mais importante que um choro assustado que pede colo ou aconchego no meio da noite.

 

E é preciso.. não… é urgente libertar as mães da desconfiança para com os seus bebés.


Porque ninguém se apaixona desconfiando.

 

Porque no fundo, o que é preciso é libertar o coração das mães.

 

Só assim, sem medos nem reservas, o coração das mães poderá ser tão inocente como o coração dos seus bebés.

 

Então depois, depois de libertarmos o coração das mães, é preciso libertar-lhes os braços. Libertá-los das tarefas domésticas que possam ser feitas por outros. Libertá-los da pilha de roupa para engomar. Libertá-los das visitas que esperam lanche.

 

Libertar os braços das mães é urgente.


Porque se os braços das mães estiverem libertos, elas terão muito mais vontade de os colocar em volta dos seus bebés.

 

E o olhar das mães. Também é preciso libertá-lo porque, para que tudo melhore, as mães precisam de um olhar disponível para os seus bebés. Nenhum livro, nenhum manual de instruções, poderá alguma vez falar do nosso bebé, como nos falam os seus pezinhos, as mãos, as bolhinhas no canto da boca, as caretas quando está zangado, a testa franzida quando está a ficar com sono, os estalinhos da língua quando quer mamar ou os barulhinhos que faz enquanto dorme.

 

As respostas estão todas ali. É ali que devemos procurá-las.

 

É preciso libertar as mães.


Porque quando uma mãe é finalmente libertada de tudo o que não a ajuda a ligar-se ao seu bebé, acontece a magia.

Acontece a confiança para fazer o que se acha melhor.

 

Acontecem as respostas às perguntas que nos atormentam: Será que tem fome? Será que tem sono? … Será que eu vou ser capaz?

Sim as respostas chegam.


Mas só, quando, finalmente em liberdade, as mães conseguem escutar e entender a linguagem secreta entre si e os seus bebés.

 

E saberão que ser mãe não é uma lista de tarefas.

 

Não é um método.


Não são certos nem errados.

 

Somos nós.


Diferentes, é certo.


Com medo, por vezes.

 

Mas ainda assim.

 

Nós.

 

Inteiras. Confiantes.

 

Nós com o nosso bebé nos braços.”

 

Constança Ferreira – Terapeuta de Bebés e Conselheira de Aleitamento Materno OMS/Unicef

(Retirado de  aqui.)

Direitos de Autor


Todas as imagens que estão no blog foram retiradas do Facebook, muitas delas não tem referência ao autor ou à sua origem, se porventura acha que tem direitos sobre alguma e o conseguir provar, por favor avise-me que será retirada de imediato.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2017
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2016
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2015
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D